Em Conceição do Lago Açu.
Cidade de 15 mil habitantes a 346 quilômetros de São Luís, nos rincões do Maranhão, casar aos 16 anos é “casar tarde”, como explica Tânia, enquanto indica as cadeiras de plástico num canto.
Cidade de 15 mil habitantes a 346 quilômetros de São Luís, nos rincões do Maranhão, casar aos 16 anos é “casar tarde”, como explica Tânia, enquanto indica as cadeiras de plástico num canto.
Com a rede e a tevê de 14 polegadas, elas completam a sala da casa de pau-a-pique rachada pela pobreza e pelo tempo, onde ela vive com o marido e dois dos seis filhos, graças à pesca e aos 130 reais do Bolsa Família.
Ela só sabe assinar o nome. “Aqui, com 12 anos menina solteira é problema pruma mãe. Rapaz de 20 quer nada sério, só droga e bagunça.
A filha “começou” aos 12: foi estuprada. O namorado acabou na cadeia. O segundo batia nela. Separaram-se. Depois, ela “passou a esperar moleque na rua”.
Até que o comerciante surgiu na sua porta, chapéu de palha na mão, proposta na ponta da língua. “Foi uma bênção. Nós somos pobres. Eu tirava a sandália do pé pra botar no dela. E já pensava que ela ia botar filho no mundo pra nós criar.” Quando a filha foi viver com Carlinhos, ela não estudava havia dois anos, conta.
Ele a devolveu à escola.
“Errado?
Quando ela andava atrás de homem na rua, ninguém dizia nada. Agora que endireitou, se arrumou com o coroa, fazem denúncia?
Não entendo.
“Errado?
Quando ela andava atrás de homem na rua, ninguém dizia nada. Agora que endireitou, se arrumou com o coroa, fazem denúncia?
Não entendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário