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Advogado militante no Estado do Maranhão, atualmente trabalha como consultor de prefeituras e camaras municipais.. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. - Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). - Procurador Geral do Municipio de Bacabal (2009 a 2011) - Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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sexta-feira, 2 de março de 2012

DEFUNTO TROCADO

Verdade que à falecida faltavam dois dentes. Faltava-lha também aquele sinal (um cravo) sob o olho esquerdo.

Aos olhos da dona da casa, “esta mulher não é minha mãe, mamãe era menor do que esta”.

Mas no documento do hospital a defunta era dona Floripa,

Chamada, a morta foi posta em bonita urna defuntícia, flores foram postas em volta do corpo e, claro, o choro, as orações, os meus pêsames próprios dessas ocasiões. O cafezinho servido aos condoídos visitantes, tudo era feito segundo manda o ritual dos velórios.

O féretro (ETA palavrinha besta) sairia da casa ali por volta das cinco vespertinas. Tudo corria dentro dos conformes quando na porta da casa pára outro carro funerário; dentro dele um outro cadáver de mulher.

Essa aí, sim, essa ai é dona Floripa, bradaram familiares e amigos; até a inconsolável órfã respirou um tanto mais aliviada, “essa agora é minha mãe, graças a deus”. Esfarrapadas foram dadas à família.

Um ligeiro engano dera origem à troca dos dois corpos”.

A senhora sabe como essas coisas acontecem, aceite nossos pêsames e também nossas desculpas pelo incômodo”.

Só então dona Floripa, já devidamente pranteada e de alma encomendada a deus, tomou o seu devido, mas certamente não querido lugar no caixão e na sala do velório ora marcada para a derradeira viagem, enquanto a outra defunta, que ninguém sabia quem era, foi devolvida ao necrotério do hospital, agora sem choro nem velas nem flores.

O caso é real e aconteceu em Goiânia (GO), em abril de 2010.

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