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Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Veja como enfrentar 10 desafios na hora de estudar para concursos…


1) Como organizar o tempo
A vantagem é que na “faculdade fictícia” os horários devem começar mais reduzidos e ser gradativamente aumentados – começar com 1 a 2 horas por noite, aumentando até 3 ou 4 horas,
sempre cuidando de fazer intervalos de 15 minutos no meio do período de estudo e reservando de 6 a 8 horas para dormir (menos do que isso prejudica a memorização dos conteúdos).
Caso você pretenda fazer um curso presencial, pode optar por assistir às aulas aos sábados e, assim, economizar tempo e custo de deslocamento. Se preferir, pode assistir às aulas à noite e estudar nas noites vagas e no sábado. O mesmo se aplica para quem escolheu cursos via internet ao vivo. Quem optar por cursos gravados, a sugestão é intercalar dias de aula e estudo, incluindo o sábado.
Para quem trabalha em esquema de escala, com dias alternados, a solução é reservar as horas de estudo nos dias de folga. Também as aulas via internet gravadas se ajustam melhor a esse tipo de rotina. O candidato pode alternar aula e estudo a cada dia de folga ou assistir às aulas num dia e estudar no outro, conforme for mais conveniente.
2) Como fazer um planejamento
O mais importante é fazer um planejamento real e possível, de acordo com a sua realidade de tempo e de outras tarefas a seu cargo. Não é a quantidade de horas dedicadas ao estudo que
garante a aprovação, mas a continuidade da preparação. Além disso, com o passar dos meses, o número de aulas necessárias vai sendo diminuído e o tempo disponível para o estudo, aumentando. E é bom que seja assim: depois de um tempo de preparação, bastam aulas pontuais de alguma disciplina nova ou mais difícil para o candidato. É o trabalho individual e progressivo de revisar e aprofundar a teoria, fazer exercícios e resolver provas anteriores que vai efetivamente sedimentar o conhecimento.
3) Como se concentrar
Depois de longos anos sem contato com os livros e com tantas outras demandas na cabeça, como fazer o cérebro entender que é hora de estudo? Grande parte dos candidatos são pessoas adultas,
com responsabilidades de trabalho, família e casa.
Um planejamento real, mensal, colocado no papel (ou computador), que contemple todas as atividades – com definição de horário de início e fim de cada período de estudo, e também com as matérias a serem estudadas a cada dia -, coloca cada coisa no seu lugar, estabelece claramente a prioridade de cada momento (essencial para a concentração) e elimina a confusão de fazer uma coisa pensando em outra.
Mas, não é só isso. Se a forma de estudar for entediante, o cérebro vai tentar fugir da sensação de desconforto e a distração será inevitável.
4) Como manter o foco
O estudo dos tempos de escola, quando apenas líamos a matéria para tentar fixá-la, é a única forma de estudo conhecida pela maioria de nós. Isso funcionava para pequenos conteúdos, mas o
candidato a um concurso público precisa ter conhecimento profundo sobre diversas disciplinas, o que significa compreender e reter até o dia da prova uma quantidade enorme de informações. São meses ou anos de estudo contínuo, incluindo novas matérias e mantendo as anteriores.
Sem dúvida, tudo passa pelo estudo da teoria, mas isso deve acontecer de forma dinâmica.
Uma estratégia eficiente de iniciar o contato com conteúdos novos é fazer a leitura de um ponto por vez, a partir de anotações de aula, conjugada à leitura do mesmo ponto em um livro para concursos, seguida imediatamente da resolução de exercícios sobre o assunto, com consulta à teoria. A compreensão e fixação natural são facilitadas, porque os exercícios exigirão retornos sucessivos à teoria e um olhar mais atento, permitindo que o candidato perceba detalhes e informações que passariam despercebidas numa simples leitura. Vale lembrar que,
nesse primeiro momento, o candidato não deve ficar preocupado com a memorização, mas tão somente com o entendimento dos conteúdos.
5) Como testar seu conhecimento
Depois de vista toda a teoria de uma disciplina, o candidato precisa colocar o seu conhecimento à prova, resolvendo questões de concursos anteriores. Isso é importante para que o
candidato possa perceber o nível de profundidade exigido nas provas e como está o seu conhecimento naquela matéria. A partir dessa verificação será possível retornar à teoria para aparar as arestas.
Em disciplinas exatas, tais como matemática e raciocínio lógico, a dificuldade pode não estar na compreensão da teoria, mas na prática mesmo da resolução de questões. Nesse caso, o melhor é fazer dezenas, até centenas de exercícios, para ganhar confiança e agilidade.
6) Como revisar o conteúdo
Outra dificuldade nesse tipo de estudo é garantir que a qualidade de conhecimento se mantenha, mesmo com o passar do tempo. É uma situação bem semelhante à de um equilibrista de pratos:
se algum prato deixar de rodar, vai cair e quebrar. Também o candidato precisa manter todas as disciplinas ativas, para que não caiam no esquecimento.
Para revisar rápida e periodicamente diversas disciplinas com extensos conteúdos é preciso preparar um material de qualidade. E isso pode ser utilizado como uma etapa avançada do estudo. Depois que o candidato chegar ao fim da teoria de uma matéria, deve repetir o processo inicial de leitura/exercícios, incluindo aí a elaboração de fichas-resumo. Trata-se de esquemas, quadros,
tópicos organizados com poucas palavras, que permitam uma revisão de todos os assuntos.
O tempo investido nesse trabalho é amplamente recompensado pelo resultado – sedimentar e organizar as informações que o candidato já possui. Podem-se utilizar fichas de papelaria, separadas por disciplina, numeradas e organizadas por tópicos, a fim de facilitar a consulta. São mais eficientes do que os resumos tradicionais, porque são mais rápidas de serem confeccionadas e mais
objetivas na hora das revisões. Além disso, presas por um elástico, são práticas para acompanhar o candidato a qualquer lugar.
7) O que fazer com as matérias difíceis?
Pode acontecer de, mesmo com toda a estratégia e dedicação, o candidato ter reais dificuldades para compreender e avançar numa matéria. É uma situação relativamente comum e
não deve ser motivo para desespero, muito menos para desistência – nem quanto ao projeto nem quanto à disciplina em questão.
Muitos concursos cobram matérias de diversas áreas de conhecimento e é natural que o candidato sinta mais facilidade em algumas disciplinas do que em outras. Como se fosse um jogador fraco que você não pode dispensar nem deixar no banco de reservas, a solução é investir mais para superar as deficiências.
Fazer um módulo específico da disciplina (de preferência com professor diferente, para ter a oportunidade de nova abordagem/didática) costuma oferecer excelentes resultados porque, mesmo com dificuldades, o assunto já foi visto anteriormente, e voltar ao início com o apoio de um professor pode ser suficiente para sanar as dúvidas. Providência similar pode ser adotada
utilizando-se um novo livro (que seja bem recomendado para concursos) sobre o assunto e estudando a matéria desde o início, como se fosse a primeira vez.
8)O edital ainda não saiu. Devo estudar?
Outro grande desafio para quem se prepara para concursos públicos é o longo tempo de preparação – praticamente uma maratona. E esse fato é agravado quando não há
nenhum edital publicado para a área de interesse do candidato. Mas esse tempo, se bem aproveitado, pode garantir a aprovação quando a oportunidade surgir,
porque os editais vão acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Quem mantiver o ritmo de estudo estará em boa vantagem em relação aos outros candidatos quando o edital for publicado. E isso é motivo suficiente para garantir a motivação. O planejamento mensal também ajuda a preservar a regularidade da preparação, que deve ser permanente até a aprovação. Apenas o foco é que precisa ser ajustado na iminência de algum edital.
9) Não passou? Veja o fazer para não desanimar
Mesmo se o candidato vier a ser reprovado em algum momento, é importante seguir estudando.
Outros editais virão e o conhecimento acumulado de concursos anteriores da mesma área servirá de patamar para o seguinte.
Interromper o estudo até a publicação de novo edital ou desistir do projeto seria jogar fora todo o investimento já feito, e o pior – o movimento para transformar a própria vida. Isso sim seria muito ruim. Além disso, algum tropeço num projeto dessa grandeza não é nada demais e faz parte da trajetória de quase todo candidato. Muitos aprovados nos primeiros lugares em seus concursos precisaram enfrentar uma ou mais reprovações durante o percurso.
10) Passou? Continue estudando mesmo assim
Deixamos aqui um alerta: mesmo depois de aprovado, o ideal é que o candidato continue a estudar e prestar novos concursos. Isso porque a nomeação/contratação pode acontecer até o fim do prazo de validade do concurso, que pode ser de até 2 anos, prorrogáveis por mais 2.
Assim, o mais prudente é buscar novas aprovações. E isso não deve ser difícil, pois o candidato aprovado mostra que conquistou excelência no conhecimento e amadurecimento para fazer provas. Mantendo-se na mesma área de concursos, que cobram muitas matérias em comum, a tendência é que passe a colecionar aprovações e, com isso, aumente as suas chances de tomar posse mais
rapidamente.
Depois, o problema será decidir em qual órgão ficar, quando for chamado para assumir novos cargos por conta de outras aprovações. Mas esse é um ônus que todo candidato deseja enfrentar.
*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

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