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Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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terça-feira, 25 de junho de 2013

HUMHUM.

Confesso que passei um bom tempo achando que o termo "Humhum" era um chato de galocha na forma semiverbal de comunicação entre os maranhenses. 

Geralmente ainda pergunto ao meu interlocutor: "Você quer dizer sim ou não?". 

O termo é usado de forma indistinta e até irresponsável entre pobres e ricos, leigos e intelectuais. Do caixa do banco ao trocador de ônibus; do feirante ao vendedor de artigos de luxo, a utilização desse termo soa como uma praga aos meus ouvidos. 

A minha atenção foi sempre quebrada quando alguém ao meu lado solta aquele ruído antipático que me deixa sem orientação: Humhum!

Mas a antipatia foi quebrada em minha mais recente visita ao meu mais notável e estimado mestre da língua portuguesa. 


Primeiramente ele me fez perceber que o termo é um som gutural e que nos serviu, e serve para nos livrar de grandes embaraços. Pois vejamos, se o termo for dito rapidamente pode ser interpretado como uma afirmação ou negação, ou nenhuma das duas: "Você entendeu? Humhum!?" 

Se você quiser deixar alguém na dúvida essa é a forma de se expressar. 

Pode ser ainda interpretado como uma forma debochada de não estar de acordo com aquilo que foi dito: 

"Você vai a pé? Humhum!". 

"Você pode me emprestar um dinheiro até o próximo mês? Humhum.". 

Pode também ser um artifício para fugir de uma responsabilidade: "Você vai pagar o prejuízo! Humhum!". 

Portanto, nestes exemplos, o termo pode ser sim, não, talvez, ou coisa nenhuma. Não podemos negar que é uma forma educada, embora primitiva e muda, de se esquivar de problemas e evitar complicações.

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Texto de Sanatiel Pereira (Engenheiro, professor da UFMA, membro da Academia Sambentuense).

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