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Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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domingo, 30 de setembro de 2012

O longo caminho até a democracia. II

Os eleitores

Foi o Código Eleitoral de 1932 que estendeu a cidadania eleitoral às mulheres, sendo a potiguar Celina Guimarães Vianna, da cidade de Mossoró, a primeira eleitora do Brasil. No ano seguinte, Alzira Soriano de Souza era eleita para a prefeitura do município de Lajes, no Rio Grande do Norte, e seria a primeira prefeita eleita no Brasil. Mas só em 2010 o país levaria pela primeira vez uma mulher à presidência da República, com a eleição de Dilma Rousseff.

A Constituição de 1934 estabeleceria a idade mínima obrigatória de 18 anos para o exercício do voto. E a Emenda Constitucional nº 25/85 devolveria ao analfabeto o direito de votar, desta vez em caráter facultativo.

Mas seria a Constituição de 1988 que estabeleceria o alistamento eleitoral e o voto obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os maiores de 70 anos e  jovens entre 16 e 18 anos.

Na história das eleições no Brasil, há o registro de três consultas nacionais mediante referendo: a primeira, para a manutenção do sistema parlamentar (1963), em seguida, para a escolha entre Monarquia Parlamentar e República (1993) e o referendo da proibição do comércio de armas de fogo e munição (2005).
Um pouco mais sobre o processo democrático brasileiro

- As eleições não são uma experiência recente no país. O livre exercício do voto surgiu no Brasil com os primeiros núcleos de povoadores, logo depois da chegada dos colonizadores. Foi o resultado da tradição portuguesa de eleger os administradores dos povoados sob domínio luso.

- As eleições para governanças locais, para administradores de povoados, foram realizadas até a Independência. Acredita-se que primeira eleição foi realizada em 1532, para escolher o Conselho Municipal da Vila de São Vicente (SP).

- A forte relação entre estado e religião, até fins do Império, fez com que algumas eleições chegassem a ser realizadas em igrejas. Na época, a profissão da fé católica era condição para ser eleito deputado. Essa ligação entre política e religião terminou com a Constituição de 1891, que determinaria a separação entre as duas instituições.

- As votações no Brasil chegaram a ocorrer em até quatro graus: os cidadãos das províncias votavam em outros eleitores, os compromissários, que elegiam os eleitores de paróquia, que por sua vez escolhiam os eleitores de comarca. Estes, finalmente, elegiam os deputados. Os pleitos passaram depois a ser feitos em dois graus. Isso durou até 1881.

- O Brasil teve sete fases partidárias:

A primeira foi a monárquica, que começou em 1837.
A segunda fase partidária, na Primeira República, de 1889 a 1930, teve a participação de partidos estaduais. Foram frustradas as tentativas de organização de partidos nacionais.
A terceira formação partidária aconteceu na Segunda República, com agremiações nacionais de conotação ideológica: a Aliança Nacional Libertadora e o Integralismo.
Com o golpe de 1937 e a instalação da Terceira República, houve o único hiato na trajetória partidária brasileira. Com a Quarta República, a redemocratização trouxe, em 1945, a exclusividade da apresentação dos candidatos pelos partidos políticos. Nesta quarta formação partidária do país ocorreu um multipartidarismo com 13 legendas.
O regime militar de 1964 iniciou a quinta fase partidária, com o bipartidarismo.
A sexta formação partidária foi promovida pela reforma de 1979, condicionando a atuação dos partidos ao alcance de um mínimo de base eleitoral.
A sétima e atual fase começou em 1985, com a Emenda Constitucional nº 25, e o alargamento do pluripartidarismo.

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