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Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ou solta ele ou ele solta a língua.


Tarja CPI do Cachoeira
 
 

Andressa Mendonça conta que, na prisão, marido disse que vai 'explodir'. Entrevista faz parte de reportagem especial de VEJA desta semana sobre a instalação da CPI que investiga as relações de Cachoeira com políticos

ARQUIVO - Preso desde fevereiro, Cachoeira sabe muito da relação entre o jogo e o poder
ARQUIVO - Preso desde fevereiro, Cachoeira sabe muito da relação entre o jogo e o poder (Ana Araujo)
Cristiano Mariz
NA PRISÃO - Andressa Mendonça diz que o companheiro alterna momentos de ira e paz
NA PRISÃO - Andressa Mendonça diz que o companheiro alterna momentos de ira e paz
Andressa Mendonça, 30 anos, é um dos poucos canais de comunicação de Carlos Cachoeira com o mundo fora da prisão. Há nove meses ela abandonou um casamento de sete anos para viver com o contraventor. Andressa visita o marido uma vez por semana. Na terça-feira passada, eles conversaram por cinquenta minutos no parlatório da prisão, em Brasília, através de um interfone, separados por um vidro espesso que impede o contato direto. Em entrevista ao editor Rodrigo Rangel, ela conta que Cachoeira tem alternado momentos de serenidade e ira — e, no último encontro, segundo ela, desabafou: "Vou explodir".
O que significa esse "vou explodir"? 
Ele pode explodir. Ele é um leão enjaulado.
O que ele quer dizer com isso? 
Ele pode explodir porque é uma pessoa que está presa, sentindo-se injustiçada. Foi tirado o direito dele de conviver com a família, com as pessoas que ele ama. Ele se sente bode expiatório da operação política em que se transformou a Operação Monte Carlo.
Por que operação política? 
Estão mantendo-o preso por causa das ligações dele com um senador da República que vieram à tona. Nem se fala mais das acusações que deram origem à investigação. Ele se considera um preso político.
Ele está disposto a revelar detalhes das relações que manteve com políticos e pessoas próximas ao poder? Não sei. Eu sinto que ele vai batalhar muito, vai travar uma briga para tentar legalizar os jogos. Tenho certeza também de que ele não vai perseguir ninguém nem fazer mal a alguma pessoa.
Mas e o "vou explodir"? 
É difícil entender o que se passa na cabeça dele. Uma hora ele está bem e logo depois ele muda. Pode ser um ataque de fúria, porque ele está preso. Carlinhos não é qualquer preso. É Carlinhos Cachoeira. Quando ele fala em explodir, a gente pode imaginar o que seja. Quero que ele saia dessa política nojenta.
Por que a senhora diz que a política é nojenta? 
Estão pintando o Carlinhos hoje como se fosse o maior bandido do país. Junta um monte de políticos, a maioria responde a processos, e mesmo assim eles se sentem aptos a julgar uma pessoa, sem saber quem está do outro lado.
Qual era a verdadeira relação dele com o senador Demóstenes Torres? 
Eu continuo com a mesma amizade com a esposa dele. Com o Demóstenes, eu não tinha contatos frequentes.
Mas seu marido tinha um contato intenso.Aí é você que está dizendo. Não quero falar da postura do Demóstenes. Mas eu fico chateada com as pessoas que literalmente viraram as costas. Carlinhos está lá dentro e não sabe o que está acontecendo aqui fora. Se as pessoas não tinham relação comercial, qual o problema de assumir a amizade com ele? Isso eu não entendo.
Mas a investigação mostra que políticos tinham relação comercial e recebiam agrados dele.
Aí eu não sei responder.
Por que a senhora diz que ele não quer atacar o PT? 
As pessoas ficam achando que ele tem alguma coisa contra o partido. Ele é uma pessoa do bem e tenho certeza de que ele não quer perseguir nem o PT nem ninguém.
A senhora diz que Cachoeira não era o alvo principal da Operação Monte Carlo. Quem era? 
Você não vai ouvir isso de mim. Tem de consultar a Polícia Federal. De repente, ele era alvo e deixou de ser alvo... Ele é bode expiatório.
Por quê? 
Ele é réu primário, tem endereço fixo, mas o pegaram e colocaram num presídio federal. Ele não representa risco à sociedade. Pode responder em liberdade. É muito injusto o que estão fazendo com ele.
Ele pensou em fazer acordo de delação premiada? 
Sim, mas eu fui contra. Disse a ele para não fazer. Eu quero ter uma vida de paz e de tranquilidade com ele.
Como foi a decisão de escolher o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos para defendê-lo? 
Ele é um excelente criminalista. Um dos melhores do país.
A senhora disse que políticos que não devem não têm com o que se preocupar. Isso quer dizer que alguns devem se preocupar? 
Não quero falar disso.
Veja.com

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