Minha foto
Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

CLIQUE NO BANNER PARA LER O NOVO BLOG

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

COMPORTAMENTO.

O contrato de casamento.

Na semana passada, comemorei 25 anos de casamento. Recebemos dezenas de congratulações de nossos amigos, alguns com o seguinte adendo assustador: "Coisa rara hoje em dia!" Em verdade, 50% de meus amigos de infância já se separaram e o filme continua a passar.

Pelo visto, estamos nos esquecendo da essência do contrato de casamento, que é: A promessa de amar o outro para sempre. Isto é bem mais que permanecer juntos...

Muitos casais no altar acreditam que estão prometendo amar um ao outro, enquanto o casamento durar. Mas isto não é um contrato.

Assisti a um filme, recentemente, no qual o mocinho terminava o namoro dizendo: "vou sempre amar você". Como se fosse um prêmio de consolação! Banalizando a frase mais importante do casamento. Hoje, há quem prometa amar o cônjuge até o dia em que alguém mais interessante aparecer!

"Eu amarei você para sempre" deixou de ser a promessa de amor e passou a ser simplesmente uma frase dita para enganar o outro.

- "Que pena!" Como diria Dona Cici, minha professora, no Colégio Pinheirense!

Contratos, inclusive os de casamento, são hoje realizados justamente porque o futuro é incerto e imprevisível, para todos.

Os casamentos antigamente eram feitos aos 20 anos de idade, depois de uns três anos de namoro. A chance de você encontrar sua alma gêmea nesse curto período de pesquisa era somente 20%, enquanto 80% das pessoas de sexo oposto, ao seu, você iria conhecer provavelmente, já depois de casado (a).

Estatisticamente, o homem ou a mulher "ideal" para você, aparecerá somente, de fato, depois do casamento, não antes. Isto significa que provavelmente seu "verdadeiro amor" estará no grupo que você ainda não conhece e não no grupinho de cerca de oitenta amigos da adolescência, do qual saiu o seu par. E aí, o que fazer? Pedir divórcio, separar-se, também dos filhos, só porque não soubeste esperar? O contrato de casamento foi feito para resolver justamente este problema.

Nunca temos na vida todas as informações necessárias para tomar as decisões corretas. As promessas e os contratos preenchem essa lacuna, preenchem essa incerteza, sem a qual ficaríamos todos paralisados à espera de mais informação.

Quando você promete amar alguém para sempre, está prometendo o seguinte: "Eu sei que nós dois somos jovens e que vamos viver até aos 80 anos de idade, espero". Sei que fatalmente encontrarei centenas de mulheres mais bonitas e mais inteligentes do que você ao longo de minha vida e que você encontrará centenas de homens mais bonitos e mais inteligentes do que eu. É justamente por isso que prometo amar você para sempre e abrir mão desde já, dessas centenas de oportunidades conjugais que surgirão em meu futuro.

Não quero ficar morrendo de ciúme cada vez que você conversar com um homem sensual, nem ficar preocupado com o futuro do nosso relacionamento! Nem você vai querer ficar preocupada cada vez que eu conversar com uma mulher bonita ou até mesmo provocante!

Eu prometo: "Amar você hoje e amanhã, sempre! Para que possamos nos casar e vivermos em harmonia"!

Homens e mulheres que conheceram alguém "melhor" e acham agora que cometeram enorme erro quando se casaram, com o atual cônjuge, esqueceram a premissa básica e o espírito do contrato do casamento.

O objetivo precípuo do casamento não é escolher, o melhor cônjuge possível, mundo afora, mas construir o melhor relacionamento possível, com quem você, prometeu amar para sempre.

Um dia vocês terão filhos e ao colocá-los na cama, dirão ou pensarão a mesma frase: "Eu irei amá-los para sempre." Não conheço pais que pensem em trocar os filhos pelos filhos mais comportados do vizinho. Não conheço filho que aceite, de início, a separação dos pais e quando estes se separam, não sonhe com a reconciliação da família! Nem conheço filhos que queiram trocar os pais por outros: "pais melhores" que pode haver por aí...

Eles aprenderam a conviver com os pais que têm e a amá-los, como são!

No casamento, há também, o compromisso de aprender a resolver as brigas e as rusgas do dia-a-dia de forma construtiva. O que muitos casais não aprendem e alguns nem tentam aprender, "... é não permitir que o sol leve para o dia seguinte, o desentendimento de hoje". Precisamos resolvê-lo antes do pôr-do-sol. Esta é, uma das sabedorias orientais, ao nosso dispor!

Para aqueles que querem levar vantagem em tudo na vida, talvez a saída seja postergar o casamento até os 80 anos. Aí, ter-se-á a certeza plena, de tudo. Ou não!

Agnaldo Mota Pinheirense, membro da Academia Pinheirense de Letras E-mail: agnaldomota@elo.com.br

Imirante.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário