Bacabal: um trânsito pra lá de complicado!

Por Cláudio Cavalcante.

Em algumas edições anteriores comentei sobre o trânsito da cidade de Bacabal, chamando a atenção para o cinto de segurança, dentre outros aspectos que fazem do nosso trânsito um dos mais “feios” do Maranhão em cidades com o porte de Bacabal. E cá estou novamente para reclamar, diante de episódios que tenho acompanhado como cidadão, pedestre, motorista e comunicador. Vocês notaram os novos rostos vestidos de guarda de trânsito em Bacabal?

Pois é, tem muita gente nova e com certeza, competente. No entanto, “coitados”, foram “arremessados” numa “estrutura caótica” e com deveres de fazer a coisa dar certo. Porque escrevo “coitados, “arremessados” e “estrutura caótica”?

Porque é assim mesmo, uma coisa puxa a outra e tudo acaba não muito bem. Já vi coação de motoristas sobre guardas de trânsito que não souberam dar as devidas explicações diante do contexto do “desenho” do atual trânsito  de Bacabal. As aspas são para indicar que os novos guardas chegaram num momento crucial, que incide sobre o trânsito de Bacabal e o pior de tudo, que todos estão programados para a multa sem muita piedade. São novos, todos tem de mostrar serviço e a eles, aparentemente, foram instaladas normas que, aparentemente, dão prioridade às multas, mesmo. Tudo bem, se o cidadão não obedece as normas do código de trânsito, o correto é puni-lo, porque é através do bolso que o cidadão poderá refletir sobre o erro cometido, um princípio básico aliado à necessidade de arrecadação.

      Meus amigos, abram os olhos: o trânsito de Bacabal está “inchado”. O poder de compra aumentou, as pessoas estão comprando mais carros e muitos outros, motos. A demanda de espaço cresceu e muito. No entanto, não se vê nem uma mudança no que diz respeito ao redesenho do trânsito de Bacabal, principalmente em alguns locais necessários. O centro da cidade está pequeno e algumas ruas poderiam absorver mais veículos em estacionados, criando-se novas vagas, como é o caso da rua Magalhães de Almeida, nas imediações do Banco do Brasil. Além da falta de vagas, outros problemas também graves são: falta de faixas de pedestres ou com pinturas e marcações inadequadas, semáforos que não funcionam, falta de placas de sinalização, falta de placas indicativas de ruas que poderiam servir de guia para motoristas de fora da cidade, para que os mesmos não “ajudassem” a deixar o trânsito ainda mais lento, como acontece em alguns momentos, durante o dia.

     Os novos guardas, que hoje fazem parte da operacionalização do trânsito, estão passando por dificuldades e isso é evidente. O sistema de trânsito é falho e isso causa inconsistência na ação e ocasiona situações de insatisfação para os mais interessados: motoristas e pedestres. Já é hora do comando do DMT dar atenção aos reparos urgentes e levar a pública a notória problemática aos poderes que comandam a cidade. Além do DMT e dos poderes – executivo e legislativo – é preciso que haja também a participação direta daquele que se sente lesado por ser punido em locais onde o trânsito mais confunde do que guia. É preciso que se chame a atenção de todos que fazem parte do sistema integrado, onde pedestres, ciclistas, motoqueiros e motoristas tem papeis diferentes nas ações, mas únicos por se tratarem de seres humanos que necessitam circular para cumprir suas atividades. É bom lembrar, mais uma vez, sobre esses papeis, pois multa-se motoqueiros sem capacete; mas não ao condutor de veículos sem cinto de segurança, algo que já virou “convenção legal” em Bacabal. Conversando com um dos “azuzinhos”, ele me disse o quanto é difícil trabalhar no trânsito local, por todas essas questões aqui relatadas e outras mais. Esperamos que o único recurso não seja a multa, modismo reinstalado recentemente; mas sim a recuperação ou implantação de um sistema que possa realmente funcionar para todos.

Do Jornal O folha.