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Advogado militante no Estado do Maranhão, formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Especializado em Administração Pública pela Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro. Presidente da OAB/MA - subsecção de Bacabal (2004-2009). Conselheiro Estadual da OAB/MA (2010-2012).

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A imagem da mulher moderna.

Por.Dra. Andressa Carvalho.

Do Jornal O Folha.

Para entender melhor a imagem da mulher moderna podemos fazer uma associação com um mito grego chamado mito de Artemis. Ela era uma deusa caçadora. Auto-suficiente, não precisava dos homens para sobreviver. E ela tinha uma grande seguidora, uma mortal que se chamava Atalanta. Com seu arco e flecha Atalanta, simbolicamente, desejava atingir as suas metas e ir atrás dos seus objetivos.

A mulher moderna hoje quer seguir os passos da deusa Artemis. Assim, em função de uma repressão advinda de séculos, as mulheres assumiram uma postura de viver para o trabalho e seu interesse não gira em torno de outra coisa que não seja atingir as suas metas e seus objetivos. Deixando claramente a vida pessoal e familiar em segundo plano.

Em contrapartida a essa “auto-suficiência”, o que se percebe é que elas sofrem muito com a ausência de afeto, pois não se sentem amadas. A verdade é que estas mulheres se fecharam para o amor e vive a ilusão de que se darem vazão aos sentimentos, não atingiram suas metas. Essa realidade se retrata no seu cotidiano onde ser moderna é acordar todo dia pulando da cama devorando o café, com volante nas mãos, salto no acelerador, chegando ao trabalho com mil ligações, mil vozes, mil pensamentos. Ainda temos que permanecer lindas, cheirosas e gostosas. Unhas bem feitas, cara pintada e alma todo dia sendo lavada. Precisamos saber de culinária, da cabeça dos homens, de sexo seguro.

Mas até que ponto isso tudo nos realiza? Não estou querendo afirmar que se limitar a ser somente Dona de casa como se foi durante anos e simplesmente se anular abandonando os sonhos e projetos profissionais seja receita de felicidade e satisfação, até porque hoje lidamos também com a forte cobrança em relação ao sucesso feminino. Conquistamos nosso espaço, continuamos em busca de direitos, deveres iguais e reconhecimento. Mas será que para isso precisamos de fato suprimir o que temos de mais característico em nós que é a sensibilidade, a delicadeza e a capacidade de se doar e amar? Ora, não dá pra viver presa a preconceitos e complexos, muito menos de inferioridade, nem continuar provando para “A mais B” que realmente “podemos”.

Não somos e nunca fomo o “sexo frágil”. Mas devemos entender que nunca seremos como os homens - e os “bíceps” demonstram isso - e não precisamos ser. Cada um de nós, homens e mulheres têm o seu papel. E é diante dessa crise toda que devemos refletir de que forma tem sido difícil também para os homens. Eles também estão “sentindo na pele” o tal complexo de Artemis, afinal muitas vezes não sabem o que esperar das mulheres e nem qual é o seu papel nesse contexto. Assim, mais e mais casais cometem equívocos, principalmente quando a competição pelo espaço de trabalho está sendo levada para dentro de casa. Espaço este, onde um deveria relaxar no colo do outro de forma simples, desarmada. É importante que a mulher busque sua satisfação, sua felicidade, mas para isso acontecer deve, primeiro, descobrir quem ela é de verdade, ou seja, o que gosta realmente de ser. E segundo, descobrir o que falta no seu comportamento para se desenvolver e ser feliz. Pode ser que a executiva, a que se basta, guerreira, a poderosa Artemis, que não precisa de ninguém - principalmente de homem - descubra que tenha que desenvolver a capacidade de amar, de tocar, de abraçar, de beijar. Dessa forma, amigas feministas, que tal resgatar também nosso lado Afrodite - Deusa do amor – reforçando os vínculos emocionais e nossa sensibilidade. Até porque o amor e a capacidade de se relacionar transcendem a história e não são sinônimos de fracasso ou fraqueza.

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